Nasceu em Apodi-RN a 18 de Julho de 1899, filho legítimo do Tabelião Público Antonio Lopes Corrêia Pinto e Maria Olímpia de Oliveira. Casou em Apodi a 02 de Janeiro de 1919 com sua prima materna Arminda Oliveira Gurgel do Amaral (Dona Mindu), nascida em Apodi a 04 de Dezembro de 1895, (filha legítima de José Oliveira Gurgel do Amaral e Joana Rosenda de Oliveira). Desse consórcio nasceram 7 filhos: Maria Gurgel Lopes, Corina Lopes, Joana Lopes, Terezinha Lopes, Geni Lopes , Antonio Ary Lopes e Sonia Gurgel Lopes.
Aos 20 anos de idade, o desenvolto
Philástrio já enveredava pelas lides da advocacia, trazendo consigo profundos
conhecimentos dos trâmites processuais, adquiridos pelo exercício de Escrivão,
cargo que exercia no 1º Cartório Judiciário, que tinha o seu genitor como
Tabelião Titular desde o ano de 1909.
Como famigerado advogado, desfrutava
de larga referência no ramo do Direito Penal e Processual Penal, fruto de
inúmeras absolvições que proporcionara aos seus constituintes nos Tribunais do
Júri das comarcas da região Oeste potiguar. Atuou, também, com singular
desenvoltura e de maneira segura, nos litígios possessórios, tão comuns nas
décadas de 1920 a 1950, fruto de demarcações mal feitas e divisões errôneas e
viciadas. Nesse árduo mister profissional, sempre pugnava pelas vias da
conciliação entre as partes, no que sempre lograva êxito, contribuindo assim
para o predomínio da relação harmoniosa entre as partes litigantes. Observe-se
que os marcos possessórios eram definidos e configurados por fixações de pedras
calcárias de considerável porte na linha limítrofe, costume remanescente dos
tempos do Brasil monárquico.
Para o exercício pleno da advocacia
provisionada, prestou relevante exame na Seccional potiguar, tendo recebido
instigantes elogios da Banca Examinadora, que vislumbrou no jovem Apodiense a
vocação consignada para o árduo embate dos púlpitos forenses, o que fomentou o
seu contumaz estudo. Nas lides jurídicas, não lhe faltavam, também, obstinação,
esforço, luta e fé na empreitada a qual abraçara.
No Tribunal Popular do Júri,
dimensionava a sua tese de Defesa, interagindo-a com as nuances processuais,
bem como contextualizando-as com a exata informação contida nos Autos do
Processo. Demonstrando mansuetude de Monge Beneditino, resistia com o calor de
sua contagiante e convincente retórica, aos arremates processuais suscitados
pelo ilustre Representante do Ministério Público, arguidos de forma não menos
midiática e exorcizadora dos atos que culminaram no indiciamento do réu ali
presente.
Foi um profundo conhecedor da
ocupação e domínio das terras em litígios possessórios, pela contumaz leitura
de vetustos processos demarcatórios e divisórios, com marcos e divisas fixadas
por ocasião da concessão das famosas "Datas de Sesmarias", concedidas
às primeiras famílias que colonizaram estes vastos e inóspitos sertões. Por
ocasião da realização das audiências, era comum vê-lo apresentar antigos
processos que haviam tramitado ainda no período Imperial, o que constituía
instrumento probatório de cunho irrefutável quanto à pretensão da tutela
jurisdicional do seu constituinte. Lograva-se, assim, o êxito pela
fundamentação da posse e escritura mais antiga, objeto de certidões cartoriais
com teor "Verbum Ad Verbum", ou seja, com a descrição minuciosa de toda
a primitiva concessão possessória, contextualizando os confinantes de sua
sesmaria, que media três léguas de comprimento por uma de largura.
Na sua profícua trajetória
advocatícia, esbanjava engenhosidade e desenvoltura verbal convincente, sem
jamais prescindir da sua peculiar humildade, o que proporcionava-lhe o
revigoramento da convergência. Ungido pela pertinência do trabalho, sempre
experimentava os auspícios do êxito profissional.
Numa análise acurada dos grandes
valores humanas que nasceram em solo Apodiense, resta-nos a certeza de que a
terra, o chão onde se nasce, exerce influência no dimensionamento da
inteligência humana. A Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com
sede em Mossoró, a qual estamos circunscritos, está de parabéns, como de
parabéns está a profícua e laboriosa Comarca de Apodi, por ter no âmbito do seu
Fórum uma sala destinada aos Operadores do Direito, com a justa homenagem ao
celebrado Advogado PHILÁSTRIO LOPES CORRÊIA PINTO. São homenagens como esta,
que perenizam, pelo alto merecimento, as pessoas, com as circunstâncias que as
envolveram, extraindo-se relevos das estações da vida. A tradicional e honrada
família PINTO está, por extensão, homenageada por esse emblemático
evento.
PHILÁSTRIO faleceu em Mossoró a 19 de
Setembro de 1984, tendo o seu velório e cortejo fúnebre sentimentalizado por
grande acompanhamento de expressivas figuras do mundo jurídico do estado, até a
sua última morada.
É patrono da Sala dos Advogados em
Apodi
Fonte: Marcos Pinto –
advogado e historiador apodiense. BLOG TUDO DE APODI
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